15 de Março - Greve Climática Estudantil
15 de Março - Greve Climática Estudantil
Inspirada por Greta Thunberg, uma jovem sueca que fez greve às aulas em nome do clima e se sentou em frente ao parlamento exigindo ao primeiro-ministro que tomasse medidas urgentes, a Greve Estudantil Climática espalhou-se pelo planeta e chega agora a Portugal.
Infelizmente, esta greve mantém as características inauguradas por Greta Thunberg, que passam por «exigir a quem está no poder que dê prioridade absoluta à resolução da crise climática», «apelar à sua urgente resolução», «cumprir rigorosamente o Acordo de Paris». Ou seja, não há uma crítica global ao modelo de desenvolvimento e/ou consumo energético, não há uma análise dos passos que foram dados para trás entre Quioto (que já era considerado pouco audaz) e Paris, não há uma única ideia de uma sociedade ecológica que rejeite o crescimento económico eterno, esse sim um verdadeiro cancro ambiental. Antes a sua consagração como elemento estável da organização humana, ao qual basta juntar uma melhoria dos transportes públicos, a descarbonização dos transportes, uma maior aposta nas renováveis e, claro, impostos sobre a poluição, de forma a que quanto mais rico se for mais capacidade se tem para poluir.
Tudo é feito como se vivêssemos num mundo perfeito onde só falta os governos priorizarem a questão climática para que a atmosfera se reabilite e o planeta prospere. A isto, meios de comunicação como o Esquerda.net chamam «uma mudança de paradigma». A nós parece-nos mais uma alteração dos cremes cosméticos que podem fazer a Terra viver mais tempo mas que não lhe garantem a sobrevivência a longo prazo. Aliás, com a aceitação acrítica do modelo social e económico em que vivemos actualmente, estas mobilizações correm o risco de servirem apenas como capa legitimadora da exploração sem limites dos recursos terrestres encoberta por uma quantidade de legislação que se pretende de protecção ambiental mas que, mais do que provavelmente, acabará por garantir lucros chorudos.
Propor que as alterações climáticas podem ser resolvidas sem a resolução dessa crise maior chamada capitalismo parece-nos perigoso, porque nos leva para o mesmo caminho que nos trouxe até aqui e de onde é urgente sair.
Ainda assim, uma mobilização deste nível demonstra uma preocupação real duma parte da população estudantil e, ainda que potencialmente inócua e politicamente neutra, merece o destaque que merecem todas as mobilizações que, independentemente de tudo, trazem dentro de si sementes de libertação, autonomia e alteração do foco principal do pensamento humano.
Que cresça, que se fortaleça e que comece a desbravar caminho que o conduzam a análises e propostas mais profundas é o nosso desejo.
Colectivo editorial do indymedia.pt
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Estão confirmados cerca de 27 locais em Portugal.
Todas as manifestações foram devidamente comunicadas às Câmaras Municipais e as condições de segurança estão asseguradas.
Traz cartazes, faixas e panos. Teremos também em alguns sítios cartazes à disposição para quem não tiver trazido.
Protesta sempre pacificamente.
Não deites lixo nem beatas para o chão no decorrer dos protestos! Certifica-te de que não poluis.
As manifestações estão previstas acabar por volta da 13:00/13:30.
Da parte da organização da Greve Climática Estudantil, não haverá faltas justificadas. No entanto, existem escolas que apoiam a greve e estão a justificar faltas. Se um grupo de alunos pretender ter as faltas justificadas, é uma questão de falar com a sua AE e/ou Direção.
Por fim, na reta final da contagem decrescente, não te esqueças de partilhar as tuas fotografias, ações, palestras, cartazes e oficinas com a hashtag #FazPeloClima.
está noticia é do site do centro medía independente-portugal
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